A CARROÇA, OS COCHEIROS E AS PARELHAS.
Honestamente, pelo que tenho visto, acho que o povo já se acostumou com o que se convencionou chamar de “jeitinho brasileiro” e, debaixo desse simpático guarda-chuva de irresponsabilidades, estamos colocando todas as mazelas da nossa desligada Sociedade.
Eu poderia escrever diversas laudas com os disparates praticados quase que diariamente pela justiça brasileira, que de algum tempo para cá resolveu que o Congresso passou a ser um puxadinho seu. Com pouco ou quase nenhum “estrebucho” por parte dos parlamentares que sabem, dos processos engavetados contra eles nas mágicas gavetas do STF, que as abre à sua conveniência e interesse, quase como a varinha de condão de uma benevolente fada vestida de preto.
Antes que o Ministro Alexandre de Moraes mande me prender, quero deixar claro que não sou contra a existência da instituição Superior Tribunal Federal, sou contra o autentico cavalo de pau que essa instituição vem dando na vida nacional, saindo completamente das suas atribuições para adentrar na vida cotidiana nacional, imiscuindo-se nos mais comezinhos assuntos.
De briga de galo no Rio de Janeiro a prisão e sequestro de bens de deputado, o que é uma clara evidencia do meu comentário. E, para que não deixar dúvidas, não estou defendendo o deputado que não tem a menor noção de responsabilidade, ou da responsabilidade que cabe ao seu mandato, o qual foi referendado por 31.789 pessoas.
Pela atitude que tomou ao dizer as besteiras que disse e, principalmente, pelo tom em que disse as besteiras, merecia no mínimo, ser suspenso por falta de decoro parlamentar, ele não poderia ter ofendido outro poder da forma que fez.
Por outro lado, o “ofendido,” usa de uma prerrogativa inexistente na Constituição, esta sim, deveria ser o seu vade mecun, a ser seguido. Todavia a nossa alta justiça há muito deixou de seguir a Constituição para descer ao nível de briga de boteco, briga de esquina em que rapazes irresponsáveis brigam por causa de time de futebol, é nesse nível que nos encontramos hoje.
O que eu entendo desta briga entre o deputado e o ministro quem vêm se engalfinhando, não são propriamente os desaforos ditos pelo deputado e nem a rancorosa atitude do ministro. O que eu entendo é que o princípio da liberdade de expressão está sendo violentamente atingido e, isso a Sociedade não pode tolerar sob pena de fazermos exatamente o que tem feito o Senado da República, dar uma de avestruz, ou seja, enfiar a cabeça em um buraco qualquer para fingir que está tudo em ordem. MAS NÃO ESTÁ!!
As recentes atitudes da nossa Suprema Corte (??) não se ajustam com o comportamento que deveria ser um exemplo de serenidade, respeito e dedicação à preservação dos direitos individuais. Nossa corte maior tem estado em flagrante conflito com a Sociedade, nas coisas mais comezinhas, como a recente divulgação de uma licitação para compra de alimentos, onde eram exigido vinhos premiados, lagostas e outros acintes para essa mesma Sociedade que paga os seus excepcionais salários e mordomias e, que não toma vinho ou come lagostas, quando muito, vê pizzas no programa do Faustão.
Os integrantes do nosso Superior Tribunal Federal não andam pelas ruas, porque sabem que elas são inseguras, usam carros com motoristas e seguranças, vivem muito bem em outro mundo, que não é o mesmo mundo dos que trabalham para pagar as suas mordomias.
Ministros têm esposas, filhos, sobrinhos trabalhando em escritórios de advocacia que possuem demandas em julgamento no Supremo. Ministros dão declarações sobre ações em julgamento. Ministros se posicionam politicamente, como vimos recentemente na declaração do Ministro Luiz Fux. Me confesso profundamente preocupado com o andamento dessa carruagem chamada Brasi, onde os cocheiros e as parelhas não se entendem.